Ontem à noite, o Tai deu um grito que parecia que estavam esfaqueando o coração dele.
Fui correndo para a sala ver o que era e percebi que ele estava avisando que alguém ou algo havia entrado no perímetro da casa. O Tai sempre foi o cão de guarda por excelência daqui e ele gritou justamente por não poder ir atrás do invasor.
Eu abri a porta para ver o que era e imediatamente o Pepê e a Joom La saíram correndo na minha frente.
Segundo depois, escuto ganidos de outro cachorro que não os meus.
Algum cachorro perdido veio comer das vasilhinhas que ficam na varanda.
O Pepê pulou sobre o murinho e perseguiu o cachorro estrada abaixo. E a Joom La o seguiu quando abri o portãozinho da garagem para tentar ver que bicho era.
Só muito tempo depois que os velhos pastores apareceram, andando devagar e capengando de dor na coluna.
Os jovens foram ágeis em expulsar o visitante.
Me senti segura de novo com essa dupla de baixinhos corajosos.
Alguns minutos depois, eles voltam triunfantes e se instalam a minha volta. Acho que para me proteger. Ou então para aproveitar a maciez da minha cama. Não sei bem ainda.

Mas eu quero acreditar que é para me proteger.