Médico é um bicho burro porque se sente mal, quer se tratar sozinho e acaba se complicando todo.
Para mim é ainda pior porque para eu cuidar da saúde tenho que sair daquele lugar bucólico que eu moro e vir para São Paulo.
Então fui enrolando e me sentindo mal.
Sentia uma tontura que me fez cair no chão e torcer o pé. Até contei isso aqui.
E dores na barriga. Muitas dores.
Daí passei a acordar de madrugada, exatamente às 4 da manhã com falta de ar e sibilos de asma, coisa que eu nunca tive.
O negócio ficou tão ruim que nem conseguia mais trabalhar.
Então, o Marcos que fez faculdade comigo me intimou que eu fosse para SP naquele dia e passasse com um colega gastro.
O cara pediu exame de tudo e me mandou numa otorrino por causa da tontura.
A endoscopia mostrou o problema: úlceras no esôfago, gastrite e duodenite. Era o tal refluxo Gastro-Esofágico e que também explicava o quadro pulmonar, otite e sinusite.
Parecia que eu tinha todas as ITES possíveis.
Porém, um dos exames de sangue, o CEA – antígeno carcinoembrionário – veio muito alto, sugerindo tumor no cólon.
E lá fui eu fazer mais exames e a colonoscopia mostrou um tumorzinho que foi retirado no próprio exame.
Hoje recebi o anátomo-patológico e é tumor benigno.
Agora imagina ficar na dúvida se você tem câncer ou não!
Todas as chances apontavam que sim porque eu já tive dois tumores malignos e com metástases.
Pois é, eu sou uma sobrevivente de câncer desde os meus 25 anos.
A sombra da malignidade fica sobre minha cabeça como uma espada.
Não é fácil ser eu.
Mas ainda não acabou.
O ultrassom mostrou um cisto no ovário que não deveria estar lá. O gineco disse que muitos operariam logo de cara mas ele prefere que eu repita o exame no final de abril para ver se o cisto desapareceu. Se ainda estiver lá, entro na faca.
No geral estou me sentindo melhor dos sintomas que começaram essa epopéia toda. Espero que em breve eu volte a ficar 100%.
Agradeço a todos pelo carinho! Vocês são uns amores!